Conversa

Novo presidente xavante promete divulgação de balancetes: “Já estamos trabalhando nisso”

Em seus primeiros dias à frente do Brasil, Gonzalo Russomano concede entrevista exclusiva ao DP e fala sobre diversos temas da atualidade do clube

Foto: Carlos Queiroz - DP - Mandatário recebeu a reportagem no Bento Freitas durante a tarde da última sexta-feira (20)

Gonzalo Russomano ainda está se ambientando ao novo cargo. Aos 43 anos, o presidente do Grêmio Esportivo Brasil é de poucas palavras, mas não foge das perguntas. Líder de uma chapa construída após intensa articulação interna no Bento Freitas para garantir que o clube tivesse uma Executiva, ele promete transparência a respeito da vida financeira do Xavante. Foi esse, aliás, um dos principais temas da entrevista concedida pelo mandatário ao Diário Popular

Proprietário de uma academia em Pelotas, Russomano recebeu a reportagem na última sexta-feira (20) na Baixada. Naquele dia a movimentação era grande no estádio, com a realização do Bazar Xavante, evento que colocou à venda, por preços abaixo da média, peças oficiais do Rubro-Negro. O ocupante do cargo máximo do clube falou sobre vários assuntos, deixando claro que ainda há muito o que fazer e avaliar internamente. Confira.

Mandatário também promete profissionalização do máximo possível de setores do clube, mas situação financeira atual impede que isso seja feito agora. Foto: Carlos Queiroz - DP

Teu avô esteve na tua posse [Clóvis Russomano, 99 anos, ex-presidente do clube]. Sobre esse momento como um todo, o que conversaram?
Eu sempre tive vontade, a partir das histórias que ele contava, de fazer parte da vida do Brasil. Mas essa ideia partiu de mim, de querer ajudar o Brasil, entrar a fundo e ajudar o Brasil a se recuperar.

Qual é a realidade financeira do clube hoje? O quanto o Brasil tem em caixa e com quanto vai poder trabalhar pra esse primeiro semestre?
A gente está em busca de recursos. A dívida é bem grande, vem de bastante tempo, mas a gente está correndo atrás pra conseguir patrocínios, investidores, que nos ajudem a sanar essas dívidas de final de ano. Agora, com a chegada do treinador [Fabiano Daitx], a contratação do elenco, todo esse gasto que a gente vai ter até o Gauchão.

Tem se comentado sobre a questão da transparência. Falou-se de publicar balancetes. Vai ser a partir de quando? E de que maneira?
Já estamos trabalhando nisso, mas não temos ainda como vamos fazer. A ideia é ter disponível no site do clube tudo que entra, tudo que sai. O pessoal vai lá, acessa. Vê o que deve, o que não deve. E a ideia é deixar sempre disponível aqui pra qualquer torcedor. Só chegar e os números vão estar ali.

O Banrisul era o patrocinador master em 2023. Qual a realidade agora? Quem paga o Brasil hoje? Quem vai pagar a partir do Gauchão?
Temos alguns contratos até ano que vem. Estamos pra fechar mais alguns. Não posso estar dizendo o nome até pra não atrapalhar as negociações. Mas temos alguns em vista, negociações, pra tentar fechar e ter uma boa arrecadação pra investir no time do Gauchão e consequentemente na Série D. Já chegamos a um valor para o Gauchão e agora vamos trabalhar em cima disso, buscar recursos, pra conseguir cumprir todas as obrigações.

Cerimônia de posse foi realizada no último dia 16. Foto: Italo Santos - Especial - DP

Em meio a tudo isso, tem a questão da gestão anterior. O envolvimento do Ministério Público, a saída do Evânio [Tavares, em junho, quando o Conselho Fiscal identificou gestão temerária] teve toda aquela turbulência. Qual o efeito que isso pode deixar? Afeta o trabalho da nova gestão?
O jurídico pode dar um parecer melhor sobre isso. Quanto a estar atrapalhando, não. A gente está trabalhando aqui, não temos nada contra a pessoa, mas se o Ministério Público solicitar alguma coisa, vamos acatar o pedido. Mas não vai afetar em nada.

Muito se fala em planos de sócios, em dar novas alternativas e produtos ao associado. Ano passado uma empresa foi apresentada pra gerenciar isso. Qual é a perspectiva?
Agora [sexta-feira] está tendo uma reunião sobre isso. A ideia é ter um novo planejamento de sócios. Muito em breve a gente vai liberar pro torcedor.

Pretendem avançar com a profissionalização em outros setores além do futebol?
Com certeza. O nosso sonho é ter tudo profissionalizado. Todo o pessoal trabalhando em cada área de sua especialidade. Mas atualmente, no contexto da parte financeira e administrativa, não temos ainda como ter essa gama de profissionais trabalhando. A gente não tem como investir nisso agora. Tem que daqui a pouco escolher, investir primeiro aqui, pra quando estiver mais organizado, partir pra profissionalização. Mas essa é a ideia: profissionalizar.

Mais alguns temas, se é que estão planejando a longo prazo com um mandato curto [um ano]: o centro de treinamento (CT) se discutiu em algum momento? E as categorias de base?
Sobre a base, estou sempre recebendo propostas. Particularmente acho importante ter. Por mim, teria desde o futsal até o sub-20. Feminino, masculino. A gente pensa sim em estruturação, mudança de vestiário, sala de musculação. A gente quer o melhor de estrutura pra dar condições de trabalho. Em relação ao CT também, é um pouquinho mais distante. Tem um investimento muito grande nisso. Terreno… A nossa ideia é ter a possibilidade de fazer tudo e conseguir estruturar tudo.

Quais as pretensões pro futebol durante esse período do mandato?
Estávamos conversando sobre isso, o que a gente tem e o que não tem de investimento. A gente vai tentar fazer o melhor pra torcida. No Gauchão, é tentar classificar de novo pra Série D e uma vaga na Copa do Brasil. Se passar pra Série C, melhor ainda. Tem que pensar grande, não dá pra pensar só em fugir do rebaixamento. Claro, óbvio que esse é um objetivo, mas sempre tem que pensar grande pra poder pegar uma Copa do Brasil, uma Série D. Principalmente a Copa do Brasil, que é bem interessante [para 2024, a chance é muito pequena de o Xavante ter vaga].

O que vai mudar agora? O que o torcedor vai ver na prática nessas próximas semanas e meses?
Estamos trabalhando pra tentar reorganizar o clube. Tentar manter ele dirigível, administrável. Pra poder trabalhar tranquilamente, sem preocupações extracampo. O objetivo é organizar a parte financeira e administrativa, que está bem bagunçada.

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